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O consumismo é definido como a manifestação da necessidade crônica de adquirir continuamente novos bens e serviços, desconsiderando sua efetiva necessidade, sua duração ou as consequências sociais e ambientais de sua produção e utilização.

Mas o que há de errado em consumir? Afirma-se que o consumo é a parte indissociável do cotidiano do ser humano, sustenta parte da economia de um país, estimula a produção e fomenta o crescimento que todos os países assumem como indicador de bem-estar. Com mais investimentos e consumo, a economia do país cresce, gerando mais produção e mais empregos, levando a uma relativa melhora das condições de vida da população.

O problema surge quando os consumidores perdem as características de indivíduos para passarem a ser considerados uma massa que se pode influenciar (dirigir) através de técnicas de marketing, chegando, inclusive, à criação de "falsas necessidades"; quando as próprias pessoas, por sua vez, encontram o prazer no consumo por si só, e não na posse do produto; quando se difundi a mentalidade de que só consumindo em larga escala podemos garantir nossa identidade e nosso status social.

A troca de mercadorias é de tal forma veloz que nunca se tem o bastante. Há sempre alguém que tem mais do que nós, o que nos deixa insatisfeitos e, assim, fáceis “presas” das estratégias cada vez mais sofisticadas da publicidade. A informação nos chega pelo rádio, pela televisão, pelo cinema; multiplicam- se os espaços agradáveis de diversão e consumo, vendedores entram em contato por telefone, por e-mail, etc. E mais, para muitos, o mercado não é mais local, é cada vez mais amplo, globalizado. O consumidor tem ao seu dispor todos os produtos e serviços de todas as partes do mundo.

A tecnologia da imagem não promove, na realidade, a venda de mercadorias e sim um "estilo de existência". A escolha cuidadosa de contextos, cenários e situações - um dos pontos fortes da mensagem publicitária - fazem o consumidor sentir que, consumindo o produto, será protagonista da “fábula” narrada na tela.

Assim, no consumismo moderno, o valor de uso, a real utilidade do bem de consumo, fica em segundo plano. É a promessa de felicidade, a imagem e a idealização do produto o que atrai o consumidor. É a sociedade de consumo impondo aos indivíduos seus padrões e sua ideologia, uma sociedade com disponibilidade de mercadorias em grande quantidade, mas sem espaços para outras formas de pensar, agir e viver, enfim, uma sociedade unidimensional.