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Estresse e trabalho

Quando o trabalho adoece
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Os ambientes e as relações de trabalho podem se tornar fontes de doença. Em qualquer nível da hierarquia de uma organização, podem existir condições que favoreçam o estresse profissional, que resulta em exaustão emocional e afeta a eficiência.

Os norte-americanos chamam a doença de Síndrome de Burnout, palavra que pode se traduzir como "uma chama que se extingue", numa referência ao estado de  esgotamento da vítima, que vai perdendo a energia. Nos EUA,  a doença já envolve cerca de 40% da população economicamente ativa. No Brasil, não há controle de dados sobre o assunto,  mas, sabe-se que a chamada Síndrome da Exaustão Profissional também faz grandes estragos.

A doença é uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato direto, excessivo e estressante com o trabalho. Esse tipo de estresse ocupacional leva à depressão, à ansiedade patológica, ao pânico, a fobias, a doenças psicossomáticas, etc. e a pessoa passa a não responder a contento à demanda do trabalho, mostrando-se, em geral, irritável e deprimida.

Estímulos estressores

São vários os fatores associados ao desenvolvimento da síndrome: problemas de relacionamento com chefias, com  colegas ou clientes, sobrecarga, urgência de tempo, responsabilidade excessiva, falta de apoio, expectativas exageradas da própria pessoa e daqueles que a cercam, pouca autonomia no desempenho profissional,  insatisfação salarial, conflito entre trabalho e família, etc.

As atividades destituídas de significação, repetitivas, desinteressantes, que não se tem noção do porquê está se fazendo, também, podem ser extremamente estressantes.

As sensações de insegurança no emprego, de insuficiência profissional ou de precisar comprovar eficiência e, também, a impressão continuada de estar cometendo erros profissionais, experimentadas comumente nas mudanças de emprego,  de chefia ou de comando da empresa, servem de estímulos estressores  e, se perdurarem por longo tempo, causam danos à saúde.  
 
Um fator contemporâneo que tem contribuído muito é a exigência de  mudanças frequentes de tecnologias e de procedimentos nas empresas, que requerem sempre novas adaptações.

A forma de encarar as contínuas mudanças se reflete no organismo e no comportamento: se encarada sob a perspectiva de crescimento, pode ajudar a adaptação, mas se considerada uma tarefa tediosa, inútil e  humilhante "para quem já sabe tanto", favorece o descontentamento, a ansiedade e, consequentemente, o estresse.

Do estresse à exaustão

O estresse ocupacional é o caminho para a exaustão profissional, mas não conduz necessariamente a ela.  O estresse é a reação do organismo diante de uma situação que exige resposta - descarga de adrenalina, músculos retesados, taquicardia – mas só leva ao sofrimento, se o conjunto de reações se perpetuar e não permitir a recuperação do organismo. 

Aí, sim,  causa distúrbios psicológicos (insegurança, medo, ansiedade, inquietação), orgânicos (hipertensão, disfunção digestiva, problemas cardíacos e dermatológicos, dores musculares, cefaléia, insônia), alterações comportamentais (dificuldades de lidar com problemas do cotidiano, procrastinação, impaciência, indiferença, intolerância) e mudanças no estado de ânimo (apatia e insatisfação na execução de tarefas, sentimento de tristeza profunda e de infelicidade).

Prevenir é o melhor remédio

A prevenção é a melhor arma no combate à exaustão profissional. É preciso evitar que o estresse evolua para o esgotamento.

Assim fez o ator Antonio Calloni, que interpreta o personagem Gustavo na novela “Páginas da Vida”. Em entrevista à revista Veja de 23/08, ele conta que pediu para sair do elenco do folhetim (seu personagem morreu num acidente de carro esta semana) porque, depois de muitos trabalhos seguidos, sem férias,  voltaram os sintomas de depressão - doença que viveu com intensidade em 2005.

Períodos de lazer e descanso são fundamentais para quebrar o ritmo acelerado. Não só nas férias, mas em todas as oportunidades, inclusive nos finais de semana.

Mas, para combater o inimigo, é importante conhecê-lo. Identificar os agentes estressores torna possível planejar e executar algumas mudanças, como estabelecer limites, definir prioridades tanto no trabalho quanto na vida pessoal, não sobrecarregar a agenda, aproveitar os momentos de descanso evitando falar ou pensar em assuntos de trabalho e cuidar de si próprio, praticando exercícios, esportes ou meditação todos os dias.

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