Nutrição

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Alimentação para bebês

Os fundamentos para um começo de vida saudável
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Os dois primeiros anos de vida representam uma janela de oportunidades para o desenvolvimento da saúde ao longo de toda a vida. Nesse período, o cérebro cresce em ritmo acelerado, o sistema imunológico se fortalece e o organismo estabelece hábitos alimentares que acompanharão a criança por muitos anos. Por isso, compreender como deve ser a alimentação de bebês até os 2 anos é essencial para famílias, cuidadores e profissionais de saúde que orientam pais de primeira viagem.

Aleitamento: primeiro estágio
A recomendação central das organizações de saúde, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde do Brasil, é que o aleitamento materno exclusivo seja mantido até os 6 meses de idade. Isso significa que o bebê não deve receber água, chás, sucos ou qualquer outro alimento nesse período. O leite materno contém todos os nutrientes necessários, além de anticorpos que reduzem infecções respiratórias, alergias e doenças gastrointestinais. Para mães que não podem ou não desejam amamentar, as fórmulas infantis adequadas à idade são a alternativa segura, mas sempre com a orientação de um pediatra.

Alimentação complementar: segundo estágio
A partir dos 6 meses, inicia-se a chamada alimentação complementar, mantendo-se o aleitamento materno até pelo menos 2 anos. O bebê passa a precisar de mais energia e nutrientes, como ferro, cálcio e vitaminas, que o leite sozinho  já não supre completamente. A introdução alimentar deve ser feita com comida de verdade, preparada de forma simples, sem sal excessivo ou açúcar. É um equívoco comum imaginar que papinhas ralas e liquidificadas são ideais. Hoje se sabe que alimentos amassados com garfo ou oferecidos em pequenos  pedaços  ajudam no desenvolvimento da mastigação, estimulam a autonomia e reduzem a seletividade alimentar no futuro.

Os alimentos iniciais podem incluir legumes, verduras, raízes, frutas, cereais, feijões e proteínas como carnes, frango, peixe, ovo e,  este último liberado desde o início da introdução, pois não aumenta risco de alergia. A variedade é uma aliada: quanto mais o bebê experimentar sabores e texturas diferentes nos primeiros meses, menor a chance de recusa alimentar na infância. É importante que as refeições sejam compartilhadas com a família sempre que possível, pois o bebê aprende observando o comportamento dos adultos.

Cuidado constante
Outro ponto essencial é a segurança alimentar. A criança deve estar sentada, com postura estável, sempre supervisionada por um adulto atento. Alimentos duros ou arredondados, como uvas inteiras, amendoim e cenoura crua em rodelas, são perigosos e devem ser evitados ou oferecidos com cortes seguros. Além disso, não se recomenda o uso de telas durante a refeição, porque elas prejudicam a percepção de saciedade e o vínculo com o ato de comer.

Entre 1 e 2 anos, a alimentação do bebê passa a se parecer muito com a da família - desde que a família tenha hábitos saudáveis. Nessa fase, os ultraprocessados devem continuar fora do prato: biscoitos recheados, refrigerantes, salgadinhos, achocolatados e macarrão instantâneo não fornecem nutrientes importantes e podem aumentar o risco de obesidade, diabetes e pressão alta no futuro. A hidratação deve ser feita com água, sucos, mesmo naturais, devem ser evitados, pois concentram açúcar e reduzem a aceitação das frutas in natura.

É normal que, por volta de 1 ano e meio, algumas crianças diminuam o apetite ou fiquem mais seletivas. Trata-se de uma fase de afirmação de autonomia. A resposta deve ser paciência e rotina, jamais pressão ou troca de comida por recompensas. A exposição repetida e tranquila aos alimentos costuma funcionar muito melhor.

Por fim, a alimentação nos primeiros 2 anos não é apenas nutrição - é afeto, vínculo e aprendizado. A forma como a criança interage com a comida hoje moldará seu comportamento alimentar pelo resto da vida. Por isso, respeitar o tempo do bebê, oferecer alimentos naturais e garantir um ambiente acolhedor durante as refeições são investimentos poderosos na saúde futura.

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