Educando seus Filhos

Artigos e notícias sobre pedagogia.

Educação, informação, ética e moral

Por Tânia Bello
Como conciliar esses fatores?
Compartilhe: Twitter Facebook Windows Live del.icio.us Digg StumbleUpon Google

O mundo moderno nos inunda de informações e é muito frequente nos depararmos com notícias estarrecedoras, nas quais os personagens principais são jovens, violentos e desequilibrados, atuando como vítimas e algozes. Delinquentes que, muitas vezes, são até admirados pelos nossos jovens devido à sua perspicácia.

 

 

 

Na presença desse cenário, estabelecer uma comunicação eficaz com os filhos torna-se imprescindível para educar para o mundo. Trabalhar essa comunicação, incluindo a educação emocional envolve a presença de bons modelos em casa. Sendo assim, é importante a maneira como os pais lidam com as próprias emoções e como se apresentam para os filhos: lembrando-se e agindo como pessoas que erram, têm sentimentos, reconhecem suas falhas e enfrentam com maturidade e responsabilidade seus conflitos. É preciso dar modelos reais em contraposição à tendência, em determinadas fases do desenvolvimento, de mitificar os adultos.

Certo e errado

O importante é que o diálogo ajude a criança/adolescente a reconhecer o certo e o errado a partir dos conceitos e valores apreendidos durante toda sua vida. Importante também nessas ocasiões é dar ênfase à relação entre atos e consequências, escolhas e responsabilidades.


A avaliação do que é certo ou errado depende de vários fatores, dentre eles o conjunto de regras internalizadas pela criança (ou jovem) a partir do seu relacionamento com a família e com os grupos sociais aos quais ela pertence – e aqui se inclui a escola. Esse repertório de experiências favorece a compreensão de que certos atos têm consequências, cuja responsabilidade o autor das ações deve assumir.

Além da referência familiar, o grau de desenvolvimento cognitivo da criança participa no tipo de raciocínio que ela usa no julgamento moral.

Lembrando Jean Piaget, estudioso do desenvolvimento da moral, podemos entender essa relação. Crianças de aproximadamente cinco/seis anos, por exemplo, têm como característica o absolutismo moral, ou seja, elas consideram as regras estabelecidas de maneira absoluta e inflexível. Nessa fase, o entendimento das regras de um jogo, por exemplo, são entendidas pela criança de forma absolutamente fixa. Nesse estágio, uma criança considera que todas as quebras de regras resultam inevitavelmente em punição por parte dos adultos e julga as ações como boas ou más em função de suas consequências e não com base nas intenções de quem as executou. Conclusões do tipo “quem quebra seis copos sem querer é mais malvado do que quem quebra um de propósito” são comuns nesse estágio.

Já em torno dos sete anos aproximadamente, a criança desenvolve uma moralidade autônoma, ou de reciprocidade, na qual as regras são percebidas de forma mais mutável. Regras de jogos podem ser modificadas em comum acordo com os participantes. A criança passa a notar, então, que violação de regras não resulta sempre em punição e leva em conta no seu julgamento moral as intenções de quem realiza as ações.

Ao conversar com a criança é preciso considerar as limitações impostas pelo seu estágio de desenvolvimento para que a linguagem esteja adequada e se possa explorar apropriadamente sua capacidade de compreensão.

Se, infelizmente, as crianças estão mais expostas a grande quantidade de notícias violentas  podemos usar essa mesma fonte para ajudá-las, através do diálogo e da vivência familiar a desenvolver um olhar atento e crítico, reforçando valores fundamentais para que elas se desenvolvam como cidadãos e cidadãs que contribuam para o desenvolvimento e a manutenção de valores éticos e morais tão necessários à humanidade nessa fase da existência.

OBS: Tânia Belllo é fonoaudióloga, psicopedagoga e psicomotricista. 

 

 

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nosso site. Ao continuar, você concorda com nossa política de privacidade.