O dia de Natal é uma celebração cristã, comemorada todo dia  25 de dezembro. Nos países eslavos (Europa Central e Oriental) e ortodoxos, o Natal é comemorado no dia 07 de janeiro. Originalmente, a comemoração  destinou-se a celebrar o nascimento anual do Deus Sol, no solstício de inverno (natalis invicti Solis), mas a celebração foi adaptada pela Igreja Católica no terceiro século d.C., com o propósito de substituir a festa considerada pagã pela celebração religiosa do nascimento de Jesus Cristo. Atualmente, o Natal é o centro dos feriados de fim de ano. 

Os costumes populares modernos típicos do feriado incluem a troca de presentes e cartões, a ceia de Natal, músicas, festas de igreja, refeições especial e a exibição de diferentes decorações; incluindo as árvores de Natal, pisca-piscas e guirlandas, presépios etc. 
 

Dentre os símbolos natalinos, destacamos o Papai Noel. Várias versões foram criadas, recriadas e contadas sobre o surgimento deste personagem. Sabemos que ele foi inspirado numa pessoa real, um bispo católico do século III.

Conhecido como Nicolau, ele costumava ajudar as pessoas pobres, colocando moedas nas chaminés e nas janelas das casas.  Nicolau tornou-se santo pelos milagres que realizou. São Nicolau foi nomeado padroeiro das crianças, dos estudantes, dos marinheiros, dos solteiros e da Rússia. Na tradição, no dia 6 de dezembro, dedicado ao santo, costuma-se dar presentes às crianças, seguindo o seu exemplo.
 

Sua imagem como símbolo natalino teve origem na Alemanha. Entretanto, tornou-se popular nos EUA e no Canadá, depois de uma propaganda da Coca-Cola, lançando um comercial do “bom velhinho” com as vestes vermelhas. Papai Noel costuma ser  representado como um homem idoso, gordinho, de barba branca, trajando um casaco vermelho com gola e punho de manga brancos, calças vermelhas de bainha branca, e cinto e botas de couro preto. Ele é um velhinho muito simpático e amoroso com as crianças.  
 

Segundo algumas histórias contadas a gerações, Papai Noel mora no Extremo Norte, numa terra de neve eterna. Na versão americana, ele mora em sua casa no Pólo Norte. Na versão britânica, ele reside nas montanhas da Lapônia, Finlândia. Em sua casa, Papai Noel vive com sua esposa, Mamãe Noel, muitos duendes  e renas voadoras. O que se conta é que ele faz uma lista com nomes de crianças ao redor do mundo, classificando-as de acordo com seu comportamento, e que entrega presentes, como brinquedos ou doces, a todos os meninos e meninas bem comportados no mundo. Através de cartinhas, as crianças gostam de contar ao papai Noel tudo de bom que fizeram durante o ano.
 

Algumas questões são levantadas em torno do tema. Consumismo, afastamento do verdadeiro sentido do Natal, a mentira estimulada nas crianças, gerando críticas. Mas como manter a tradição do Natal sem levar em consideração os vários entendimentos existentes em torno dele? Entre os cristãos, costuma haver a preocupação em garantir uma reflexão sobre o nascimento de Jesus Cristo e o que isso representaria para as pessoas. Uma questão importante a se pensar é que existem muitas pessoas que não celebram o Natal e não reconhecem a figura do Papai Noel. Vejamos, de forma breve,  algumas religiões e como elas entendem a data.
 

Os judeus não celebram o Natal e o Ano Novo no mesmo dia da  maioria dos povos. Para eles, o mês de dezembro também é de festa. Apesar de acreditarem que Jesus existiu, ele não é considerado divino. Na noite de 24 de dezembro, os judeus comemoram o Hanukah, que, no hebraico, significa Festa das Luzes. 

Apesar de não ser tão famosa no Brasil, a festa de Hanukah que, tradicionalmente dura 8 dias, em outros países se torna tão popular como o Natal. As lojas de Nova York vendem os enfeites de Natal que conhecemos como também o menorah, uma espécie de candelabro  que deve ser acendido, vela por vela, até o dia de Natal. O peru e o bacalhau típicos do Natal católico são substituídos por panquecas de batata e bolinhos fritos em azeite.
 

Os budistas não comemoram o Natal, mas, eles admiram as qualidades daqueles que lutam pela humanidade e, por isso, respeitam a tradição do Natal ocidental. Jesus Cristo, para eles, é considerado um “Bodhisattva” – um santo ou aquele que ama a humanidade a ponto de se sacrificar por ela. Para os budistas ocidentais, o dia 25 de Dezembro tem um motivo não cristão, mas espiritual.
 

Protestantismo e Catolicismo são dois grupos cristãos, ou seja, são religiões centradas na vida e nos ensinamentos de Jesus Cristo. O nome “protestante” provém dos protestos dos cristãos do século XVI contra as práticas da Igreja Católica.

Em geral, na prática, não se percebem grandes diferenças entre o significado do Natal para católicos e protestantes. As diferenças se resumem na maneira como estas encaram o sentido do Natal e sua importância no pensamento cristão. Com um perfil mais afeito a rituais, os católicos contam com um número muito maior de cerimônias do que os protestantes. 
 

As Testemunhas de Jeová são cristãos, mas compreendem a Bíblia de outra forma. De acordo com seus princípios, elas não consideram o  Natal como uma data a ser celebrada, portanto, não dão presentes e  não montam árvores de natal. No passado, as Testemunhas de Jeová comemoraram o Natal, mas em 1926, essa prática foi modificada. 
 

Os umbandistas consideram a comemoração do Natal algo natural, fazendo parte dos seus festejos. Isso ocorre porque a maioria dos seus seguidores e médiuns praticantes veio da religião cristã. A umbanda encontrou um lugar para Cristo no rol de suas divindades – ele é associado a Oxalá, considerado o maior Orixá de todos, que comanda todas as forças da natureza. No dia 25 de dezembro, os umbandistas agradecem à entidade. Alguns terreiros de Candomblé também oferecem algum ritual especial à data, embora não seja regra geral.
 

Muitas importantes celebrações do hinduísmo ocorrem na Índia. O Durga Puja é a festa da energia divina. Já o festival de Ganesh é celebrado nos estados do sul da Índia, com danças alegres e cantos. O Diwali é o “festival das luzes”, em cada casa e em cada templo são colocadas milhares de luzes acesas toda a noite. O significado destas festas é adorar a Energia Divina.
 

O taoísmo, religião majoritária  na China, não celebra o Natal. No entanto, a religião tem inúmeras datas onde se comemora o nascimento de grandes mestres ou sua ascensão. O Ano Novo Chinês, assim como no budismo, é a data mais comemorada para os taoístas. 
 

Ao contrário dos cristãos que consideram Jesus como o Messias, enviado de Deus, o Islamismo dá importância aos ensinamentos de Mohamad, profeta posterior a Jesus. 
 

Em relação à celebração natalina de 25 de dezembro, os muçulmanos respeitam, mas não comemoram. Para eles, existem apenas duas festas religiosas: o Eid El Fitr, que é a comemoração após o término do mês de jejum  e o Eid Al Adha, onde comemoram a obediência do Profeta Abraão a Deus.
 

Não há dúvida de que a escola é um espaço de interação e de convivência entre diferentes e que esse ambiente representa um pouco do que se vive socialmente em cada grupo familiar, em cada sociedade, com sua cultura, modo de pensar, de sentir, de viver e de se relacionar. Às vezes, surgem das experiências  escolares cotidianas, tensões e conflitos entre as pessoas da comunidade escolar por divergências de modos de pensar e agir. Em alguns momentos, a escola se vê tendo que mediar os diversos pensamentos e condutas que fazem parte da vida das famílias e alunos da escola. Aquilo que parece uma simples celebração coletiva, dentro da escola pode se tornar desagradável para alguns alunos e suas famílias. 
 

Pensar num currículo multicultural como proposta pedagógica na escola pode ser uma saída para os conflitos que ora temos que conviver. Mas o que é Multicultural? É a possibilidade do encontro entre diferentes! Entendendo o “encontro” como um espaço de diálogo e de convivência, então, multicultural está relacionado com a possibilidade do diálogo e da boa convivência entre pessoas e culturas que são diferentes. Está relacionado à pluralidade natural de um grupo onde diversas culturas convivem juntas, contudo preservando sua identidade. Concordando com  Tadeu Silva(1999), em termos pedagógicos, as crianças e os jovens, nas escolas, devem ser estimulados a entrar em contato, sob as mais variadas formas, com as mais diversas expressões culturais dos diferentes grupos . 
 

Diante disso, compreendendo que a diferença está presente no cotidiano da escola e da sala de aula, será necessário pensar que a forma como olhamos e tratamos a diferença interfere nas relações educativas e, consequentemente, nas relações de aprendizagem e de socialização. Com isso, as práticas pedagógicas que permitem a expressão das diferenças, que propõem o diálogo entre as identidades, têm mais chance de contribuir para a formação de uma geração  de crianças e  jovens mais solidários, colaboradores e includentes.
 

Propomos, a seguir, algumas atividades que favorecem o debate e o “compartilhamento” dessas questões, aproveitando a data do Natal como disparadora da conscientização sobre a diferença.
 

Noel Multicultural propõe que o tema seja bem cuidado na escola. Para além das festividades de final de ano, a escola deve conhecer com os alunos como outros povos e religiões entendem a data, aproveitando para provocar uma reflexão acerca da diferença e da identidade. 

 

Objetivos

• Conhecer as diversas celebrações natalinas no mundo, identificando alguns aspectos da cultura local;

• Conhecer algumas culturas e religiões  do mundo que não comemoram o Natal;

• Refletir sobre as diferenças entre as culturas no que se refere às celebrações e festividades, reconhecendo suas identidades, valores e formas de agir.

• Estimular o sentimento de respeito e solidariedade nas relações pessoais dentro e fora da escola.

O tema pode ser tratado a partir de conteúdos do planejamento que envolvam o debate sobre sociedade, modos de vida e cultura. Pode também ser apresentado como um tema gerador de projeto didático de curta duração ou, ainda, como tema integrado a outros estudos curriculares.

Orientações Pedagógicas

Ao pensar no estudo das diversas culturas e religiões do mundo, é preciso destacar alguns pontos relevantes ao trabalho pedagógico que propomos. Dessa forma, sugerimos que a apresentação do tema tenha como fundamentação teórica, o conhecimento de alguns conceitos como Multiculturalismo, Identidade e Diferença. Propomos que o educador busque leituras a respeito do assunto, duas são indicadas abaixo:

Fontes de pesquisa:

SILVA, Tomaz Tadeu da. Diferença e Identidade: o currículo multiculturalista. In: Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.

SILVA, Tomaz Tadeu (org.). Identidade e Diferença: A perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Editora Vozes, 2000, p. 09 – 102.

 

Educação Infantil

Para essa faixa etária, a atividade pode partir do estudo da diversidade de cores existentes, sinalizando a diferença das cores e suas associações com o cotidiano. Uma cor pode marcar a identidade de uma pessoa, de um lugar de um país, de uma marca etc. 

Trabalho com cores: Aproveite no nosso Cantinho de Artes para brincar com as cores. Proponha outras atividades que explorem a diversidade de cores e a importância da variação delas. 

Introduza o tema Natal. Explore a história, os símbolos, a festa. Em seguida, destaque a história do Papai Noel e as contadas pela família sobre o bom velhinho (aqui você vai conhecer como cada família trata do assunto). A partir dessas histórias, reúna a turma e reconte-as. Cada aluno pode falar um pouquinho e a professora vai fazendo as associações necessárias com o tema. Pergunte às crianças como elas imaginariam um papai Noel diferente. Peça que desenhem, usando as misturas de cores. O trabalho plástico pode gerar outros desdobramentos com outros materiais.

Especial Pintando o 7 (Educação Infantil e Ensino Fundamental I – Anos Iniciais)

Ensino Fundamental I - Anos Iniciais

Aproveite o tema para comparar algumas tradições natalinas de nosso país com as de outros países. Estimule-os a pensar se o Natal tem a mesma simbologia nas diversas culturas e leve exemplos de decoração, comportamentos e símbolos natalinos. Estabeleça essa comparação utilizando nossa seção Especial – Natal pelo Mundo, para auxiliar os alunos.

Conhecendo como o natal é comemorado no mundo, estimule os alunos a descobrir quais povos não celebram a data. Compare as festas e celebrações de alguns lugares. Escolha enfeites que representem as decorações dos povos cristãos e de outras culturas. Converse sobre o que simbolizam, tratando do assunto com cuidado e respeito às diferentes expressões.

Em um segundo momento, você pode propor enfeitar a sala para o Natal com enfeites de outras culturas. Proponha aos seus alunos criar lanternas chinesas, enfeites muito utilizados no Natal e no Ano Novo, onde cada cor significa um desejo que você pede aos céus para sua vida:

Vermelho: simboliza a paixão, a alegria e a fortuna;
Verde: representa o crescimento;
Laranja: representa a mudança e evolução;
Rosa: descreve a esfera afetiva, a bondade, o amor e amizade;
Roxo: equivale à independência, a criatividade;
Azul: indica a calma, a confiança;
Branco: expressa a pureza, a força e a justiça.
 
  Como preparar a lanterna em papel machê:

1. Prepare o papel machê, misturando partes iguais de cola e água em uma tigela. Encha uma bexiga e dê um nó. Trace uma linha em volta do nó, do tamanho da boca de uma lata de leite em pó. Encaixe a bexiga na lata e prenda-a com fita (na horizontal).

2. Corte o papel de seda em tiras finas, aproximadamente 4 cm. 

3. Passe um pincel com a mistura de cola e água em toda a tira e cole-a na bexiga. Cole uma a uma na horizontal até cobrir a bexiga. Faça 5 ou 6 camadas de tiras. Passe o pincel em toda a bexiga para acertar a colagem.

 4. Deixe secar por um dia.

 5. Quando a lanterna de papel machê estiver seca, estoure a bexiga e pinte-a com as cores, estampas e desenhos que desejar, por dentro e por fora. Dica: pinte por dentro com as cores amarelo ou laranja.

6. Estoure a bexiga. Retire-a de dentro da lanterna. O papel de seda endurecido pode se grudar à bexiga e encolher um pouco quando esta for estourada. Se isso ocorrer, cuidadosamente, coloque a mão por dentro da lanterna e ajeite seu formato.

7. Faça um buraquinho em cada lado da lanterna, próximos à sua borda e anexe um fio fino e flexível (arame) para criar uma alça.

8. Coloque uma vela decorativa de led dentro da lanterna. Elas são vendidas em conjunto de 4 e custam em torno de R$ 12,00, podem ser aproveitadas por muitos anos.

Ensino Fundamental II - Anos Finais e Médio

Nicolaus por um dia!

Para os adolescentes, sugerimos que o tema seja pesquisado no site. Com o botão de busca, escreva a palavra-chave: natal e pronto! Teremos muitas opções de pesquisa na plataforma. Sugerimos ler o texto De onde surgiram certas tradições natalinas?

Inspirados pela história de Nicolau, promova um debate sobre “os Nicolaus” existentes em nossa sociedade. Que características físicas e psicológicas teria o nosso Nicolau atual? Como ele seria se fosse brasileiro? A partir daí, proponha que os adolescentes sejam “Nicolaus por um dia”. Estimule os jovens para que essa data seja a oportunidade de se sensibilizarem para a renovação de sentimentos de solidariedade e respeito ao próximo. Pensando assim, é interessante criar uma campanha na escola ou na comunidade de recolhimento de alimentos, brinquedos etc. para oferecer a uma instituição de crianças ou idosos, por exemplo.

Após o recolhimento dos presentes, os alunos podem se caracterizar de Papai Noel (Nicolaus por um dia!), inventando novas vestimentas e dando uma identidade “teen” ao personagem. 

A visita a uma instituição é o ponto alto da atividade, por isso, não se esqueça das fotos e de publicá-las na seção Acontece na Escola.

Sugerimos, também, exercícios em Inglês em Recorte Ideias: Who am I?  e Christmas in Ireland , entre outros que podem ser acessados na seção. Veja também outras atividades e conteúdos do site relacionados ao tema Natal:

Especiais
1.Criptograma Natalino (desvendando os símbolos e construindo uma mensagem natalina)

2.Um Natal de Surpresas (muitas atividades para fazer: vire um Papai Noel, envie cartões)  

3.Um Natal Ecológico (dicas para a preparação de enfeites)

Aplicabilidade Pedagógica
1. Natal: cultura e consumo (trata do tema natal com enfoque no consumo em diversas culturas)

Textos
1. De onde surgiram certas tradições natalinas?  

Colunistas -  com Frei Betto:
1. A estrela de Belém  
2. Natal, singelos propósitos
3. Missa do Galo

Jogo Educativo
1. Memória dos Símbolos Natalinos