Biologia >>Répteis
Introdução
Você saberia dizer o que este animais, tão diferentes entre si, têm em comum?
Isso mesmo, todos estes animais pertencem à mesma classe: Reptilia. Ou seja, são répteis e apesar das aparências diferentes, têm uma característica comum: todos dependem do calor do ambiente para regular a temperatura de seus corpos. Por isso, são chamados de ectotérmicos.
Vamos ver como isso funciona!

Temperatura: o segredo dos répteis
Depender do calor do ambiente para manter a temperatura do corpo traz algumas vantagens para os répteis: por exemplo, como não precisam gastar energia nesta tarefa, também não precisam se alimentar com tanta regularidade e quantidade como os mamíferos e as aves, que usam o alimento para gerar a energia necessária para manter a temperatura corporal.Assim, os répteis podem ficar inativos por vários meses.
Uma outra característica comum dos répteis é a pele grossa, recoberta por muitas escamas ou placas que evitam a perda excessiva de água. Essa pela é trocada de tempos em tempos, para permitir que o animal cresça. É como se fosse uma peça de roupa que ele joga fora porque está pequena. O intervalo de troca varia de uma espécie para outra.
Essas características foram surgindo ao longo de milhões de anos nos animais em conseuqência da adaptação ao meio ambiente.
Milhões de anos? Estranhou? Então vamos em frente!

Evolução dos répteis
Há mais de 350 milhões de anos, na era Paleozóica, surgiam os répteis. Eles evoluíram a partir dos anfíbios, passando a habitar o ambiente terrestre.
A principal inovação evolutiva que os permitiu conquistar definitivamente o ambiente de terra firme foi seu tipo de ovo, denominado ovo amniótico. Os ovos dos répteis são protegidos por uma casca membranosa ou calcária, e seus embriões desenvolvem estruturas extra-embrionárias (saco vitelínico, âmnio e alantóide), que permitem seu desenvolvimento fora da área.
Dominaram o planeta no período conhecido como "Idade dos Répteis" por quase 150 milhões de anos. Os dinossauros foram o grupo de répteis mais bem sucedidos e representaram o auge dessa era, sendo extintos há cerca de 65 milhões de anos.

Evolução dos répteis

1) Pré-cambriano (4 bilhões e 600 mil anos a 570 milhões atrás):
Origem da vida (células com estrutura mais simples: procariontes): há cerca de 3,5 bilhões de anos. 2 bilhões de anos depois surgem as células eucariontes, com membrana nuclear.
2) Era Paleozóica-Cambriano (4 bilhões e 600 mil anos a 570 milhões atrás):
Disseminação dos invertebrados.
Ordoviciano (505 a 438 milhões de anos atrás): surgem os primeiros vertebrados (peixes).
Siluriano (438 a 408 milhões de anos atrás): plantas e representantes dos artrópodes colonizam a terra.
Devoniano (408 a 360 milhões de anos atrás): Surgem anfíbios e insetos.
Carbonífero (360 a 286 milhões de anos atrás): Surgem os répteis, mas o predomínio é dos anfíbios.
Permiano (286 a 245 milhões de anos atrás): Répteis se espalham pelo planeta.
Evolução dos répteis

3) Mezozóica (4 bilhões e 600 mil anos a 570 milhões atrás):
Triássico: (245 a 208 milhões de anos atrás): Aparecimento dos dinossauros e mamíferos.
Jurássico (208 a 144 milhões de anos atrás): Aparecimento das aves. Predomínio dos grandes répteis
Cretáceo (144 a 65 milhões de anos atrás): Extinção dos dinossauros.
4) Cenozóica (4 bilhões e 600 mil anos a 570 milhões atrás):
Terciário (65 a 2 milhões de anos atrás): Mamíferos começam a dominar o planeta.
Quaternário (2 milhões de anos à época atual: Surgimento da espécie humana.
Evolução dos répteis
Hoje, restam por volta de 6.500 espécies de répteis, divididas em quatro grupos: chelonia, que inclui as tartarugas, cágados e jabutis, squamata, onde temos os lagartos e cobras, crocodila, do qual fazem parte crocodilos e jacarés e rhynchocephalia, que inclui a tuatara, um animal da Nova Zelândia.
Vale lembrar que no auge da era mesozóica havia 16 espécies de répteis. Como comparação, apenas no Brasil, país de maior biodiversidade do mundo, existem atualmente mais de 750 espécies de répteis, segundo a Sociedade Brasileira de Herpetologia.

Características dos répteis
Como vimos anteriormente, a característica pele grossa, recoberta por muitas escamas ou placas que evitam a perda excessiva de água, foi uma adaptação para para sobrevivência dos répteis no ambiente terrestre. Outras características confirmam esta adaptação. Confira:
Reprodução
Os machos têm órgão copulador com o qual introduzem os espermatozóides na cloaca da fêmea. Algumas espécies podem armazenar os espermatozóides no corpo por um ano ou mais, até fecundar seus ovos. Depois de fecundadas, as fêmeas põem em média mais de 100 ovos de uma vez e esses ovos são protegidos pelas cascas e pelos anexos embrionários.
Os répteis são, em geral, ovíparos, mas existem grupos ovovivíparos, ou seja, animais cujas fêmeas eliminam um ovo em cujo interior já se encontra um embrião bastante desenvolvido, quase a ponto de eclodir, e vivíparos animais que são gerados no organismo da fêmea.
A maioria dos répteis não cuida dos filhotes, pois isso poderia comprometer sua própria sobrevivência. Geralmente as fêmeas abandonam os ovos imediatamente depois da postura. Algumas espécies protegem a ninhada de ovos apenas durante a incubação. Os crocodilos e jacarés constroem ninhos com plantas em decomposição para fornecer calor aos ovos. As fêmeas montam guarda dos ninhos até o final do período de incubação, quando transportam os recém-nascidos até a água e os protegem durante algum tempo. A tartaruga marinha desova na praia, em um buraco que ela mesma escava.
Temperatura
No ambiente terrestre, as variações de temperatura são maiores que na água. Dessa forma, manter a temperatura do corpo independente da temperatura ambiente torna-se fundamental para os vertebrados terrestres. Essa independência é conseguida por meio de mecanismos termoreguladores, como a ectotermia e a endotermia variações ambientais de temperatura. Nos animais endotérmicos, há um sistema termorregulador que proporciona temperatura corpórea constante, independente das variações ambientais de temperatura. A fonte de calor é metabólica, sendo, portanto, interna.
Mas os répteis são animais ectotérmicos, já que não dispõem de mecanismos termoreguladores, possuindo temperatura corporal inconstante, variável com as oscilações térmicas ambientais. Aquecem-se através de fontes externas de calor, como o sol ou superfícies quentes. Caso os répteis estejam muito aquecidos, buscam abrigo na água ou sob sombras. Conseguem, assim, manter a temperatura em torno de 37ºC. Por isso é comum vermos animais, como o lagarto, ao sol.

Habitat
A maioria das espécies é terrestre, mas há também espécies de água-doce e marinhas. Vivem principalmente em regiões tropicais e subtropicais, de clima quente. Os répteis são extremamente sensíveis a alterações ambientais, principalmente à destruição de habitat. A intervenção humana contribui para o declínio de espécies maiores como os jacarés e tartarugas. Programas de manejo, conservação e educação ambiental têm sido aplicados a espécies de quelônios, principalmente às tartarugas marinhas, como no Projeto Tamar.

Os sentidos
A visão dos répteis é, de modo geral, muito boa. O olfato é bastante desenvolvido. As serpentes, por exemplo, têm um órgão olfativo especial no teto da boca chamado órgão de Jacobson, o qual permite que elas "sintam" o gosto do ar. Por isso as vemos colocar repetidamente a língua, que é bifurcada, para dentro e para fora da boca captando as moléculas presentes no ar e levando-as ao órgão olfativo, que identifica as substâncias captadas. As serpentes não ouvem, mas captam as vibrações do solo por meio dos ossos do crânio. Os répteis são em geral predadores, alimentando-se de insetos, aves e peixes, mas há representantes herbívoros como tartarugas e lagartos.
Alimentação
Os répteis são em geral predadores, alimentando-se de insetos, aves e peixes, mas há representantes herbívoros como tartarugas e lagartos.

As diferentes ordens
A classe dos Répteis (reptilia) compreende 4 ordens principais: chelonia, crocodilia, rynocephailia e squamata, cada uma com suas características específicas.
Chelonia:
Os animais dessa ordem possuem placas ósseas dérmicas que se fundem, originando uma carapaça dorsal e um plastrão ventral bastante rígidos, que protegem o animal. As vértebras e costelas estão ligadas a essas estruturas. Eles costumam se recolher a esse casco para descansar. Não possuem dentes, que são substituídos por lâminas córneas, que lembram o bico de uma ave.
Este é o grupo das tartarugas, jabutis e cágados. Aliás, você sabe distingui-los?
Tartarugas: vivem sempre na água, no mar ou em rios.
Jabutis: vivem sempre em terra.
Cágados:vivem sempre na água doce.

Em sequência: Tartaruga / Jabuti / Cágado
As diferentes ordens
Crocodilia::
São animais semi-aquáticos, vivendo parte do tempo em terra e parte na água (do mar ou de rios e lagos). Possuem escamas e placas ósseas dérmicas revestindo o corpo. Desse grupo, fazem parte:
- Jacarés e caimãos: vivem na água doce;
- Crocodilos: vivem no mar e em águas salobras. Os crocodilos marinhos chegam a atingir 7 metros de comprimento;
- Gavialidae: espécie encontrada apenas em rios da Índia.

As diferentes ordens
Sphenodontia (Rhynocephalia)
Grupo representado por um animal primitivo, a tuatara, habitante das ilhas neozelandesas.

As diferentes ordens
Squamata
Grupo representado por lagartos e cobras. Possuem língua com extremidade livre bífida, ou seja, bipartida. Os que apresentam escamas, como as cobras, sofrem mudas periódicas da pele, quando a parte externa da epiderme é substituída por uma nova.
O grupo dos lagartos é denominado Lacertilia, e nele se encontram os camaleões, as iguanas, as cobras-de-duas-cabeças, as cobras-de-vidro e as lagartixas.O grupo das cobras (Ophidia) representa os répteis que, durante a evolução, perderam as pernas. Percebem vibrações no solo, embora não ouçam sons devido à ausência do tímpano.
Não usam os dentes na mastigação, engolindo por inteiro suas presas; as venenosas possuem glândulas salivares modificadas em glândulas de veneno.

As diferentes ordens
Squamata
As cobras, quando possuem dentes inoculadores são chamadas de cobras peçonhentas. Os venenos podem até matar e em caso de mordida, é preciso combater seus efeitos através de soros. Cada veneno tem seu soro específico, que serve como antídoto.
Mas o veneno da cobra pode também ajudar os humanos: pesquisadores descobriram que no organismo humano existem alguns hormônios, chamados cininas, que reduzem a pressão arterial e dilatam os vasos sanguíneos cuja ação pode ser reforçada por proteínas encontradas no veneno da jararaca. E mais: já foi desenvolvida também uma cola, usada em cirurgias para fechar cortes, produzida a partir do veneno de cobras.

Cobras venenosas e não venenosas
Você saberia diferenciar uma serpente peçonhenta de uma não-peçonhenta?
Cobras venenosas e não venenosas
Você saberia diferenciar uma serpente peçonhenta de uma não-peçonhenta?
Cobras venenosas e não venenosas
Você saberia diferenciar uma serpente peçonhenta de uma não-peçonhenta?
Cobras venenosas e não venenosas
Olho vivo e pés ligeiros ao avistar uma cobra! Afinal, não queremos precisar de primeiros socorros.
Mas, lembre-se: em caso de acidente ofídico, as primeiras providências são importantes! Portanto, siga estas recomendações:
- Nunca se deve amarrar a perna ou o braço nem fazer torniquetes, que podem impedir a circulação sanguínea.
- Não se deve também, tentar cortar ou fazer sucção no local da mordida.
Como regra geral, podemos fazer o seguinte:
- Lavar o local ferido e as áreas próximas com água e sabão. Se o local apresentar dois furinhos, com certeza se trata de serpente peçonhenta.
- Administrar analgésico em caso de dor e manter o paciente hidratado com soro
- Deixar o membro ferido em posição elevada para reduzir a circulação sanguínea.
- Tentar identificar a serpente.
- Levar a pessoa para o posto de saúde ou hospital mais próximo para tomar o soro.

